Nova expedição confirma que Oceano Árctico poderá tornar-se navegável dentro de 20 anos
Dentro de 20 anos, o Oceano Árctico poderá passar os Verões livre de gelo e tornar-se uma nova rota para os navios, anunciou ontem uma equipa de cientistas britânicos, cuja expedição veio confirmar dados de há dois anos. O degelo no topo do planeta já é considerado o sinal mais claro das alterações climáticas.
Dentro de 20 anos, o Oceano Árctico poderá passar os Verões livre de gelo e tornar-se uma nova rota para os navios, anunciou ontem uma equipa de cientistas britânicos, cuja expedição veio confirmar dados de há dois anos. O degelo no topo do planeta já é considerado o sinal mais claro das alterações climáticas.
“A maior parte do degelo vai acontecer nos próximos dez anos”, comentou Peter Wadhams, professor do Grupo de Física Oceânica Polar na Universidade de Cambridge. Este especialista comparou medições da espessura do gelo realizadas em 2007 pelo “HMS Tireless”, submarino da Marinha Real, com os dados mais recentes, recolhidos no mesmo local no início deste ano pelo explorador britânico Pen Hadow.
De 1 de Março a 7 de Maio, Hadow e mais dois cientistas (Ann Daniels e Martin Hartley) percorreram uma rota de 450 quilómetros na região Norte do Mar Beaufort, no Árctico, no âmbito da expedição “Catlin Arctic Survey”, e fizeram observações em 1500 buracos no gelo.
Como resultado descobriram que o gelo no Oceano Árctico está a ficar cada vez mais fino. A maior parte da região pela qual passaram está coberta por gelo que não tem mais de um ano, com uma espessura média de 1,8 metros. Esta profundidade é considerada demasiado pequena para conseguir manter-se depois do degelo do próximo Verão. A região costumava ter gelo mais antigo, composto por camadas sobrepostas, correspondendo a vários anos.
“Com uma extensão maior coberta de gelo com apenas um ano, o Árctico está claramente mais vulnerável”, comentou Wadhams. “Isto significa que poderemos falar do Árctico como se fosse um mar aberto no Verão e que teremos transporte marítimo a atravessar o oceano Árctico”.
Ao apresentar os resultados em Londres, Martin Sommerkorn, do Programa Internacional Árctico da organização WWF (Fundo Mundial da Natureza) e parceiro da expedição, notou que “o Oceano Árctico tem uma posição central no sistema climático do nosso planeta”, nomeadamente funcionando como “ar condicionado” da Terra. “Tirem-no da equação e ficamos com um mundo dramaticamente mais quente”.
“Os dados divulgados dão mais uma razão para os líderes mundiais tomem decisões imediatas na cimeira climática em Copenhaga”, em Dezembro, comentou Sommerkorn.
. Reflexão:
Além de serem más notícias para as focas e ursos polares que vivem no Árctico, brevemente, estes dados afectarão a vida de muitas pessoas. O aquecimento das águas de superfície no Árctico vai acelerar o degelo na Gronelândia, que por sua vez também vai apressar a subida do nível médio das águas, o que causará inundações em grande parte do planeta e poderá desencadear fenómenos meteorológicos extremos. Tudo isto, são consequências de erros humanos, como a poluição e a desflorestação.
. Fontes:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1405316